Sonhos recorrentes: os sonhos em que eu estou afundando no mar ou lago ou algum lugar fundo com água por todo lado, e meu fim é anti-climático, nenhuma resolução, sem glória, sem catarse, sem qualquer final significativo, só o corpo hirto, contido e a minha existência se dissipando sem que eu possa fazer nada.
E os sonhos em que eu tento correr, não sei se para fugir ou para alcançar algo, mas não consigo, parece que não saio do lugar. A sensação de impotência é insuportável.
E há os piores sonhos, os sonhos bons. Aqueles em que eu estou feliz, eu sou livre e estou com ele, a minha alma é livre. Daí acordo e me deparo com a minha realidade cinzenta. Esses são os piores sonhos, prefiro até os pesadelos horríveis do que esses sonhos muito felizes em que meus desejos se realizam, porque ao menos fico aliviada e grata pela minha realidade quando acordo do pesadelo, já os sonhos felizes tornam tudo pior, e ficam por horas me perseguindo em lembranças e arrependimentos.
(Adaptação livre do trecho abaixo da HQ Sandman: Dream Country – Façade)
